Dilma diz que cancelou viagem aos EUA por 'ausência de apuração' de espionagem
Em nota, Casa Branca diz que presidente Obama espera receber Dilma em data a ser marcada em comum acordo.
O Palácio do Planalto confirmou o cancelamento da viagem de chefe de Estado que a presidente Dilma Rousseff faria aos Estados Unidos no dia 23 de outubro.
Em nota divulgada na tarde desta terça-feira (17), Dilma alega que “as práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos”, diz o texto.
A presidente Dilma Rousseff compareceu ao velório do ex-ministro Luiz Gushiken no cemitério do Redentor, São Paulo Dilma conversa com Obama por telefone Após denúncias: Obama diz que trabalhará com Dilma para aliviar tensões. Segundo a nota, o governo avalia a falta de condições políticas para que a visita seja realizada e ainda espera uma resposta satisfatória do presidente Barack Obama, que prometeu cuidar pessoalmente do caso , em reunião com a presidente, em São Petersburgo, na Rússia, durante o encontro dos chefes de Estado que compõe o G20 , há duas semanas. “Tendo em conta a proximidade da programada visita de Estado a Washington – e na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação – não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriormente acordada”, diz o texto.
Dilma em nota: Suposta espionagem dos EUA tem motivação econômica
“Dessa forma, os dois presidentes decidiram adiar a visita de Estado, pois os resultados desta visita não devem ficar condicionados a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada”, ressalta a nota. A viagem não foi descartada pelo Planalto, que deixou claro no texto a disposição para se resolver o impasse gerado pelas práticas de espionagem que teriam atingido até contatos da presidente . “O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica e patamares ainda mais altos”.Denúncias: Após Dilma, Petrobras teria sido alvo de espionagem dos EUA Presidente Dilma Rousseff foi alvo de espionagem dos EUA Nesta terça, a Casa Branca confirmou a suspensão da visita de Estado da presidente. "O presidente (Barack Obama) disse que entende e lamenta as preocupações que supostas atividades de inteligência dos EUA geraram no Brasil e deixou claro que está empenhado em trabalhar em conjunto com a presidente Dilma Rousseff e seu governo nos canais diplomáticos para superar esta questão", afirmou o porta-voz Jay Carney. A nota da Casa Branca também afirma que o presidente Obama espera receber Dilma em Washington em uma data a ser acertada mutuamente entre os dois países. Há uma expectativa de que Dilma e Obama voltem a conversar sobre o assunto na próxima semana, quando a presidente viajará para Nova York para participar da abertura Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 24 de setembro. Ainda não há na agenda dos dois presidentes nenhuma reunião bilateral marcada, mas a expectativa de um encontro paralelo entre os dois, como ocorreu em São Petersburgo, existe, tanto no governo brasileiro, quanto na Embaixada dos EUA no Brasil.Brasil: Leia todas as notícias sobre a espionagem dos EUA no País Em seu discurso de abertura do encontro, Dilma deverá enfocar a necessidade de se combater a espionagem e garantir direitos individuais de privacidade. A nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil , Liliana Ayalde, não chegou a se envolver diretamente na polêmica. Recém-chegada a Brasília, Ayalde ainda espera um horário na agenda da presidente Dilma para poder “entregar suas credenciais”, ato oficial que significa sua apresentação para representar o país no Brasil. A embaixada espera que Dilma receba a embaixadora antes do embarque para os EUA, na próxima semana.
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